domingo, 5 de março de 2023

AVESSO AMOR

Eu tinha paz 

Porém, ela me deixou

Sentia frio e calafrios

Era só falta de amor!

 

Eu sempre a amei

Um sentimento profundo 

Abraços, beijos e desejos 

E todo amor do mundo!

 

Eu tinha paz

Um sentimento profundo 

Eu sempre a amei

Porém, ela me deixou!

 

Sentia frio e calafrios 

Abraços, beijos e desejos 

Era todo amor do mundo

Não era só falta de amor!

 

 

Edbento!


sábado, 4 de março de 2023

SONHOS PINCELADOS (redonde)

Os sonhos serão pincelados 

Nas linhas dos pensamentos 

E só serão protagonistas 

Quebrando as barreiras dos tempos

Quando semanticamente

Ou então quanticamente

Descobrirem o multiverso do núcleo 

E na tela dos inanimados

Os sonhos serão pincelados 

Nas linhas dos pensamentos!

 

Edbento!


O VAZIO DA ALMA


 

Tinha eu tantos sonhos

Uma esperança infinita 

Era grande meu prazer 

Dias felizes como poucos 

Livre, leve e muito solto

Com ar da graça a vista

Pensei não existir o sofrer!

 

Logo foi chegando o tédio 

E aos poucos depressivo 

Algo se perdera no tempo

Pensamento até em suicídio

Almejava por um forte alívio 

Aquele que se sentia querido 

Estava sozinho, ali morrendo!

 

Foi então que surgiu um anjo 

Através do sonho foi dizendo 

Você precisa preencher a alma 

É o vazio que o faz sofrer tanto 

Ame-se primeiro e siga vivendo 

Não faz sentido seguir sofrendo 

Pela falta de um amor próprio!

 

E assim vai seguindo a luta 

Minha fé foi reestabelecida 

O brilho voltou ao meu olhar

E com ele o desejo de amar 

Paz no lar e na difícil labuta

Que a todo instante é reerguida

Dando esperança a minha vida!

 

Edbento!

 

 

sexta-feira, 3 de março de 2023

 

BARTÔ E A CADELA PITUCA 

Contos!

 

Há coisas que não sabemos explicar 

Outra não tem deveras explicação 

Fatos que aqui até podemos contar

E que às vezes tocam nosso coração! 

 

Moro em uma cidadezinha muito pequena,

tranquila e muito serena, aqui no nordeste do Brasil.

Não faz muito tempo que aqui cheguei, mas, como sou muito comunicativo e atencioso não foi muito difícil fazer ótimas amizades, até porque este povo simples e hospitaleiro é acolhedor e preza muito a reciprocidade baseada na empatia.

Logo conheci Afrânio e seu pai Bartolomeu, vizinhos maravilhosos e que por sinal muito sorte me deu. Há, também tinha pituca, uma cadela vira-lata muito dócil que era a queridinha do Sr. Bartô, como era chamado na vizinhança.

Morávamos aproximadamente umas duas quadras da praia e quase todos os dias eu e Afrânio, fazíamos caminhada na areia, enquanto Bartô pescava, pituca acompanhava tudo com muita dedicação.

Alguns anos se passaram e a rotina era sempre a mesma, até que Afrânio terminara os estudos e resolveu tentar uma vida melhor em Portugal.

Praticamente virei um filho mais velho do Sr. Bartô, tornando-se mais amigos e companheiros de caminhadas e pescarias, sempre acompanhados de perto pela cadela pituca, uma eterna espiã.

Afrânio conseguiu um bom emprego e resolveu levar embora o Sr. Bartô, que mesmo depois de muita insistência também resolve deixar o Brasil, e pituca? Exclamava ele com o coração partido.

Conversamos bastante e eu o tranquilizei, prometendo a ele que cuidaria de pituca e sempre o enviaria fotos dela para ele matar a saudade.

Chega o dia da partida, Bartô levanta em plena madrugada e caminha com pituca pela praia, como se fosse ali a despedida, árdua e sofrida, mas, que era preciso para seu coração seguir em paz.

Deixamos pituca no meu quintal, eu mesmo levei o Sr. Bartô até o aeroporto e nos despedimos em seguida, voltando para casa muito triste com a situação.

Abri o portão e pituca já não era a mesma, parecia que me condenava como se fosse eu o culpado pela desgraça, fiz um carinho e a deixei com sua tristeza, totalmente abatida.

Tínhamos um portão que dava acesso a casa onde o Sr. Bartô morava, abri e deixei que pituca percebesse que seu dono se fora, restando a ela somente minha companhia.

Alguns dias se passaram até que resolvi levar pituca para caminharmos juntos na praia, e, foi aí que algo surpreendente aconteceu: Pituca avançou contra o mar, nadava e enfrentava as marés, latia, uivava , voltava novamente a areia repetindo o feito diversas vezes, parecia querer me dizer que o Sr. Bartô foi embora pelo mar, nesta hora eu confesso deu vontade de chorar.

E assim os dias passam e pituca sempre repete a mesma atitude, ela não consegue esquecer seu dono, às vezes digo a ela que não foi abandono e que ele sempre manda lembranças!

 

Fim!

 

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quinta-feira, 2 de março de 2023

 

O INCAUTO TELEGRAMA

 

Ainda lembro-me como se fosse ontem, um dia chuvoso e com muito trabalho.

11 de junho de 1.992, às vésperas do dia dos namorados, eu estava muito feliz, carteiro com a função de agente postal, recentemente admitido na empresa Correios.

Ainda cumpria o período de experiência, quando isso aconteceu, um mal entendido? Ou uma mera displicência.

Adágio era um homem casado, alto, moreno, olhos castanhos claros e aparentando lá seus 40 anos, cabo da PM, amigos de todos e muito conhecido na pequena cidade de São Sebastião do Fidalgo.

Valentina sua verdadeira esposa, loira de olhos verdes, tinha  mais ou menos uns 25 anos, formada em medicina, mas, atualmente não trabalhava. Tinha cara de menina mimada, porém muito bonita como uma flor menina.

Simão meu chefe imediato, extremamente um homem bom, dedicado aos Correios, com a dedicação de sempre fazia gestão como ninguém.

Passava das 17 h, o dia chegando ao seu final, tempo nublado ainda caia uma chuvinha bem fraquinha, nada anormal. Nesta hora fechávamos as expedições que seguiriam o fluxo normal diariamente.

Naqueles tempos os telegramas eram transmitidos e recebidos por via telex, uma máquina velha que hoje em dia são obsoletas, fora de uso na empresa.

Além do mais com seus enunciados pouco legíveis deixavam certa dúvida na leitura, mas não é esta uma desculpa para o veredito. Portanto, fui eu o incumbido para o dito telegrama entregar.

Em tão pouco tempo neste distrito, como eram chamados os bairros ou as áreas demarcadas para que o carteiro realizasse as tarefas diárias, eu já conhecia muito bem e sabia onde Adágio e sua linda esposa moravam.

Foi aí que tudo aconteceu, o endereço da residência de Adágio era próximo sendo este a minha opção de entrega, pressa ou falta de atenção? Como sempre inimigas da perfeição.

Tratava-se de um telegrama MP (mão própria), só poderia ser entregue ao destinatário, no caso o Senhor Adágio, como também no referido endereço.

Quartel da Polícia Militar.

Foi tudo tão rápido, chegando à residência de Adágio, sua esposa Valentina prontamente recebeu-me e, sem pestanejar foi logo assinando o comprovante de entrega, gentilmente agradeceu-me e dentro de poucos minutos aos Correios retornei.

Entretanto, na hora de transmitir a confirmação de entrega ao remetente meu chefe percebeu que o nome do recebedor não era o próprio destinatário.

Tarde demais, tudo já tinha acontecido, àquela altura da situação era aguardar a reclamação e torcer para não ser demitido.

A noite foi longa, quase uma eternidade, perdi o sono  era grande a ansiedade, pela manhã respirei fundo e pensei, seja o que Deus quiser, vou encarar os fatos e falar a verdade.

Cheguei logo bem cedo e confiante, cabeça erguida e olhar no horizonte, bom dia a todos fui logo dizendo, mas por dentro a fadiga me consumia. Simão olhou-me com ar de reprovação e foi logo dizendo, tem alguém aí no escritório querendo esclarecer a confusão.

Não me restou alternativa fui logo pedindo desculpas, aliás, o erro foi meu e eu sempre assumi as minhas culpas, coloquei-me à disposição para ajudar foi esta minha conduta.

Simão também pediu desculpas em meu nome e ainda acrescentou: Meu carteiro é um ótimo funcionário, será advertido e poderá sofrer punição.

Diante de tamanho incomodo fiquei totalmente sem ação, Adágio então disse pausadamente: você entregou para minha esposa um telegrama da minha amante e para piorar a situação o resultado do seu erro foi uma separação.

Apesar dos pesares ele estava notadamente muito calmo e para minha felicidade enfatizou o seguinte: Não quero aqui prejudicá-lo, até porque nada mais poderá ser feito, minha esposa já foi embora e dentro de poucos dias estanciará outra diva naquele mesmo endereço. Cumprimentou o chefe e disse-me, muito cuidado, na próxima pode custar seu emprego.

Este causo foi real e aconteceu comigo, deixando na minha unidade um Slogan que durou muito tempo, todos passaram a me chamar de “O destruidor de casamento”.

Fim.

 

Edbento!            

 

 

 

 

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